ALTERNATIVA 3

Carl Sagan, um astrônomo respeitado e cético, teorizou, certa vez, que se extraterrestres viessem observar a Terra, certamente usariam a Lua como base. De fato, a Lua não é dos amantes, mas dos paranoicos. Segundo alguns teóricos da conspiração, o satélite esconde bases alienígenas, fato que a NASA esconde da população mundial. De acordo com outros, nós nunca estivemos lá e o pouso da Apollo 11 é uma completa farsa. E há até quem defenda que os nazistas alcançaram o astro nos anos 40 e vivem lá até hoje. Mas uma das histórias mais interessantes sobre o MUNDO DA LUA é a “Alternativa 3”. Em 1977, a emissora britânica Anglia Television, hoje itv Anglia, levou ao ar um curioso documentário que revelava uma intrincada conspiração mundial. A reportagem começava contando a história de cientistas britânicos desaparecidos misteriosamente. A investigação prossegue com a morte suspeita de um astrônomo, depoimentos de jornalistas que foram pressionados a abandonar a investigação e a entrevista de um astronauta alcoólatra.
Finalmente, a trama é desvendada. Em 1957, um simpósio promovido pela elite econômica mundial concluiu que a Terra não sobreviveria ao Terceiro Milênio. O aumento descontrolado da população e a exploração indiscriminada dos recursos naturais acabariam por inviabilizar a vida humana no planeta; o efeito estufa derreteria as calotas polares e a população se aniquilaria em guerras por água e comida. Para evitar o cenário Mad Max, cientistas desenvolveram três alternativas. A Alternativa 1 era usar um dispositivo nuclear para abrir uma fenda na estratosfera e fazer com que os gases tóxicos que causam o efeito estufa escapassem. O problema é que a fenda também permitiria a entrada dos raios uv na atmosfera, matando milhões de pessoas de câncer. Além disso, seria necessário conter drasticamente a produção industrial para reduzir a emissão de poluentes. A única maneira de fazer isso seria reorganizar a economia em suas bases, alterando a matriz energética calcada em combustíveis fósseis, o que dificultaria bastante a vida dos pobres bilionários. Isso tudo tornava a Alternativa 1 arriscada demais. A Alternativa 2 consistia em construir uma vasta rede de cidades subterrâneas para abrigar a elite da raça humana. Essas pessoas se manteriam protegidas da barbárie para emergir no momento oportuno e governar o mundo. Mas havia o enorme risco de que esses “oásis” acabassem descobertos pela patuleia enfurecida, complicando ainda mais uma situação já caótica. A Alternativa 2 também foi abandonada.
E, por fim, havia a Alternativa 3, que era praticamente igual à anterior, só que com as cidades secretas construídas na Lua, portanto menos acessíveis à plebe ignara. Enquanto isso, Marte seria “terraformado” para ser o destino final da elite egoísta.
A Alternativa 3 foi colocada em prática e as várias etapas do processo foram cuidadosamente planejadas. Primeiro inventou-se uma falsa Guerra Fria entre as duas potências hegemônicas — que, na verdade, trabalhavam em estreita colaboração. Da mesma forma, dois programas espaciais foram estabelecidos. Um era o falso Projeto Apollo, responsável por forjar a conquista da Lua em 1969. O outro era um consórcio secreto entre americanos e soviéticos que pousou no satélite natural ainda nos anos 50 e construiu ali uma base de lançamento para alcançar Marte. No entanto, para que a Alternativa 3 fosse bem-sucedida, quatro subprogramas foram colocados em ação. O primeiro consistia na fabricação de conflitos localizados para manter a ilusão da Guerra Fria. O segundo se responsabilizava por recrutar cérebros altamente qualificados para trabalhar na Alternativa 3 (daí o sumiço dos cientistas britânicos). O terceiro controlava o aumento populacional da Terra com a disseminação de vírus letais. E, enfim, o quarto: produzir humanos mais adaptados à vida em Marte por meio de manipulação genética. O resultado dessa experiência são os famigerados “alienígenas” GREYS — na verdade, humanos alterados biologicamente. Aliás, por falar nisso, os discos voadores também não são EXTRATERRESTRES, mas sim veículos da elite sociopata. Para manter a trama em segredo, os vilões usaram todos os recursos disponíveis: sequestro, manipulação, chantagem e assassinato.
Esta é a verdadeira história do século xx, leitor crédulo. Todas as teorias que envolvem bases secretas subterrâneas e criaturas extraterrestres são um mero reflexo distorcido da Alternativa 3, a única conspiração verdadeira. Só tem um problema: é tudo armação. O programa da Anglia Television foi exibido em 1o de abril de 1977 e não passa de uma piada extremamente elaborada: um “mockumentary” transmitido dentro de uma série jornalística chamada Science Report para dar maior veracidade à trama.
Ou, pelo menos, é nisso que querem que você acredite. O escritor americano Jim Keith (1949-99), autor de doze livros sobre conspirações, escreveu uma obra inteira sobre o tema, Casebook on Alternative 3, na qual reconhece que o documentário da Anglia é uma farsa, mas aponta evidências de que a Alternativa 3 é real e está em andamento neste exato momento. Segundo os conspiranoicos, peças de DESINFORMAÇÃO como o mockumentary são produzidas de tempos em tempos para ridicularizar quem denuncia as verdadeiras conspirações. Ou seja: a Alternativa 3 é totalmente falsa, logo é absolutamente real.
ALUMBRADOS
Seita gnóstica surgida na Espanha do século xvi, os alumbrados (“iluminados”, em português) pregavam que Deus está dentro de cada um de nós, tornando dispensáveis os sacramentos, o pagamento do dízimo e a obediência à Igreja católica. A Igreja católica não gostou muito. Os alumbrados foram condenados por heresia em 1623, mas serviram de inspiração para a criação, 150 anos depois, na Alemanha, da Ordem dos Iluminados da Baviera, também conhecida como ILLUMINATI. Alguns conspiranoicos afirmam que a COMPANHIA DE JESUS era a verdadeira força por trás da seita espanhola e também da sociedade secreta alemã. Isso é curioso, já que os jesuítas comandaram a Inquisição, que combateu os alumbrados e, mais à frente, a Illuminati. Mas talvez o maior talento da ordem seja este: manipular os dois lados do conflito para implementar uma agenda completamente diferente. Você já viu isso antes em Star Wars.
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